Tecnologias Emergentes em Educação - EDU612 - 1.4

Evolução da EaD no século XXI

Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro Educação a distância sem segredos, publicado em 2012 por Rita De Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria De Matos, pela editora InterSaberes.

Evolução da EaD no século XXI

Objetivos de Aprendizagem

Introdução 

A partir de 1990, pode-se dizer que surge a 3ª geração do ensino a distância, o período que mais nos interessa, que é o da EaD on-line. É uma geração que inseriu o uso do videotexto, do computador, da tecnologia da multimídia, do hipertexto e das comunicações em redes, integrando esses diversos meios.

Nos dias atuais, todos os cursos que oferecem educação a distância ainda oferecem esses meios, porém com predomínio do uso da internet

Por volta de 1995, no momento da explosão do uso da internet, surge um novo contexto para a educação, o espaço virtual, digital e inserido na rede.

Nesse período, surgem diversas instituições que oferecem essa modalidade de estudo, dando início a um espaço de ensino aberto, centrado no aluno, focado no resultado, um ambiente interativo, colaborativo, participativo, de mediação, com currículo mais flexível, novas estratégias de aprendizagem e livre, visto que estudantes podem ‘estar presentes’ de qualquer lugar. (Maia & Mattar, 2007)

A evolução da Ead

Esse novo modelo pós-fordista focava na alta inovação do produto, na variação do processo de produção e na responsabilização pelo trabalho, formando um novo perfil profissional, que precisava estar muito mais qualificado. Foi o momento de ruptura com as estruturas industriais com rígidas hierarquias e super burocratizadas.

Passam a coexistir três modelos de produção capitalista: o fordismo, o neofordismo e o pós-fordismo. Na educação, não foi diferente, critica-se o ‘industrialismo instrucional’ e passa-se a defender o diálogo entre professores e estudantes, explorando novas maneiras de educação, mais abertas, flexíveis, que representam o acesso livre aos sistemas de ensino, tanto no tempo, quanto no espaço e no ritmo de estudo.

Existe um cuidado em atender às diversidades dos currículos e dos estudantes, que procuram responder às necessidades nacionais, regionais e locais, mas sem esquecer as questões econômicas.

Aretio (1994 como citado em Guarezi & Matos, 2012) explicita as experiências da França e da Austrália, que, apesar de não terem Universidades Abertas possuíam, na época, mais de 30 centros de educação superior usando programas de EaD. Cita a Índia com cerca de 20 universidades convencionais oferecendo cursos a distância e a América Latina com o desenvolvimento de centros e programas de ensino a distância como a Argentina, o Brasil, a Bolívia, a Colômbia, o Equador e o México, dentre outros.

E a que deveu-se esse crescimento repentino e substancial? Obviamente à evolução das tecnologias da informação e comunicação (TIC) e da importância que ganhou o conhecimento na sociedade moderna, muito mais conectada e atenta às novidades e inovações, e que espera a formação permanente e contínua.

saiba mais

Para compreender melhor como ocorreu a evolução do ensino a distância no século XXI leia o seguinte texto. Bons estudos!

  • Santana, R. C. de. (2020). A Tecnologia educacional e a educação à distância no século XXI. Revista Scientia nº14, v. 5. n. 3. Disponível em https://bit.ly/8th1i57 Acessado em 7 de janeiro de 2024.

Nos dias atuais, são inúmeros os países que atendem seus alunos com educação a distância, independente do seu desenvolvimento econômico, ainda que nem todos consigam usar sistemas muito formais.

Alguns cursos são oferecidos por instituições que oferecem cursos presenciais também, mas algumas foram abertas para oferecer apenas cursos on-line, e outras não têm sequer campus, sendo estruturadas completamente on-line, são as chamadas clicks universities em oposição às brick universities

Na Europa, as universidades abertas só oferecem cursos EaD. Nos Estados Unidos, a EaD foi se desenvolvendo, principalmente tendo como base as International Correspondence Schools (ICS) com foco no estudo em casa.

Um outro ponto que merece destaque com relação ao ensino, são as empresas, nas chamadas ‘EaD corporativas’, que deram origem, na década de 1990, às universidades corporativas. Cada vez mais as empresas vêm investindo em cursos, treinamentos e capacitações para seus colaboradores de maneira remota, principalmente em função do período da pandemia da Covid-19 que estimulou, sobremaneira, esse tipo de estudo. (Maia & Mattar, 2007)

Resta-nos refletir agora sobre qual é a nova lógica do ensino nessa nova sociedade da informação. Venha comigo!

A nova lógica do ensino

Com o amplo desenvolvimento e multiplicação das TICs, ocorreram muitas mudanças nas ciências,  novas oportunidades de acesso à informação e inúmeras reorganizações e reestruturações em todas as áreas do conhecimento.

Estamos vivendo em um momento de ampla transformação social que repercute mudanças muito significativas na forma como pensamos e como fazemos educação.

Hoje se compartilham múltiplas informações, em qualquer momento e local, em função da explosão de recursos tecnológicos que temos em mãos. Atualmente, há inúmeras possibilidades de comunicação e de interação que garantem que as diversas instituições de ensino (escolas, faculdades, universidades, instituições culturais e educacionais) e empresas e organizações no mundo todo possam produzir e usar conhecimentos, serviços e produtos de forma cooperativa.

O estilo de ensino existente até então contemplava o ensino rotineiro, repetitivo, passivo, que não tinha a ver com as necessidades reais da vida profissional e pessoal. Nesse contexto, muitas vezes o estudante recém formado, precisava fazer cursos de ‘atualização’ para conseguir se inserir no mercado de trabalho, visto que o currículo não integrava esse tipo de conhecimento real, necessário.

Hoje, é preciso desenvolver e ampliar uma nova forma de pensar sobre a educação, inserindo novas metodologias, inclusive digitais no caso da EaD, e tecnologias que exigem uma reorganização curricular focada nessa nova forma de ensinar e aprender, e ainda requerem novas formas de gestão e de uso de metodologias na prática educativa.

São mudanças radicais. Não se trata de apenas adaptar metodologias e formas de gestão antigas para um novo formato, é preciso repensar, reestruturar, instaurar um novo estilo de pedagogia que possibilite e estimule aprendizagens personalizadas e cooperativas, em rede, e para tanto os docentes precisam estar minimamente familiarizados.

As novas atividades agora feitas em rede, como as teleconferências, videoconferências, os chats, as atividades virtuais em grupos, os fóruns, exigem que professores, tutores e estudantes tenham conhecimentos tecnológicos mínimos, assim como algumas habilidades específicas como o foco, a motivação para estudar sozinhos, disciplina, responsabilidade e poder de controle do tempo, dentre outras.

O ponto fundamental dessa nova lógica de ensinar e aprender por meio das redes é redefinir o papel de professores e aprendentes, como veremos mais adiante nas aulas.

Por ora precisamos saber que os docentes precisam conhecer o mundo dos estudantes, entendendo esse novo momento como de ‘trabalho em equipe’ com novos desafios e responsabilidades para ambas as partes, com respeito mútuo e colaboração.

Passam a existir novos tipos de grupos: grupos de estudos, equipes de trabalho e ainda comunidades de aprendizado, que permitem a inclusão de todos aqueles que queiram estudar, em qualquer lugar do mundo, e a qualquer tempo, inclusive portadores de deficiências, hospitalizados, impossibilitados de locomoção, pessoas idosas, dentre outros.

Vale lembrar que as atividades realizadas em comunidades em rede ainda permitem articulações entre diferentes instituições e a interação entre estudantes e profissionais das diversas áreas, ampliando conhecimentos e compartilhando informações.

É importante destacar também que, no que refere às mudanças mais importantes na nova lógica educacional voltada para o ensino de qualidade, com acesso à infraestrutura, à informação e à interação, elas não estão nos avanços tecnológicos, mas em uma profunda, significativa e total ‘mudança institucional’ nos sistemas educacionais.

É preciso implantar uma nova forma de gestão, modificando os sistemas de controle, de avaliação, de administração e de estrutura hierárquica para que as instituições se transformem em pólos de ação e de produção de cultura e de saber para todos.

São necessários novos espaços e tempos educacionais, novos currículos, a interdisciplinaridade de conteúdos, o desenvolvimento de pesquisas, de intercâmbios de convênios entre diversas instituições, vínculo com os sistemas produtivos e com os entes governamentais, com as demais esferas sociais, e claro, com a comunidade como um todo.

É o momento do preparo de um novo ser, preocupado com as desigualdades sociais existentes, focado em reduzi-las, em oferecer a todos o acesso a um ensino de qualidade, formando um novo cidadão necessário para um novo mundo. (Kenski, 2015)

Em resumo

Vimos nesta aula que a partir de 1990 surge a 3ª geração do ensino a distância, da EaD online, que inseriu o uso do videotexto, do computador, da tecnologia da multimídia, do hipertexto e das comunicações em redes, integrando esses diversos meios. Aprendemos que hoje em dia se compartilham múltiplas informações, em qualquer momento e local, em função da explosão de recursos tecnológicos que temos em mãos. Atualmente, há inúmeras possibilidades de comunicação e de interação que garantem que as diversas instituições de ensino (escolas, faculdades, universidades, instituições culturais e educacionais) e empresas e organizações no mundo todo possam produzir e usar conhecimentos, serviços e produtos de forma cooperativa. Espero que tenha gostado deste passeio na evolução da educação a distância.

aplicação na prática

Proponho neste momento que pesquise como ocorreu a evolução do ensino a distância no Brasil e que crie um mapa mental com os momentos mais marcantes. 

Mãos à obra! 

Podem usar as referências deste material ou outras que acharem relevantes.

na ponta da língua

Referências
Bibliográficas

Guarezi, Rita de Cássia Menegaz & Matos, Márcia Maria de. (2012). Educação a distância sem segredos. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes.

Kenski, Vani Moreira. (2015). Tecnologias e ensino presencial e a distância. [livro eletrônico]. Campinas, SP: Papirus.

Maia, Carmem; & Mattar, João. (2007). ABC da EaD. [livro eletrônico]. São Paulo: Pearson Prentice Hall.

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Evolução da EaD no século XXI

Imagens: Shutterstock

Livro de Referência:

Educação a distância sem segredos

Rita de Cássia Menegaz Guarezi e Márcia Maria de Matos

InterSaberes, 2012

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